sábado, outubro 29, 2005

NARITA 014 - 2005/10/29

Boa noite. Prontos para o décimo quarto vôo com partida de NARITA. Hoje a bordo convosto estão o piloto Fernando Ferreira e eu Sara Mendes a monotorizar a altitude de vôo. Partida do terminal 107.9, Aeroporto Internacional de Tóquio, NARITA.

Viajamos hoje com o destino à música alternativa, ou, se perferirem, música indie japonesa. À semelhança de outros panoramas musicais, também no Japão e diversidade de estilos é enorme e, tal como acontece sempre que se tenta catalogar bandas, pode falar-se de um estilo Indie nipónico. A viagem do Narita de hoje tem como passageiros algumas das bandas conotadas com este estilo, como os primeiros a embarcar esta noite, os Ocean Lane com Sign.

01. Ocean Lane - Sign
02. Penpals - I guess everything reminds you

Encontraram-se nos mesmo círculos musicais na universidade - um tocava bateria, o outro tinha uma voz entre o infantil e o maníaco. Pouco depois acrescentaram um baixista à formação e assim surgiram os Sambomaster, de Takeshi Yamaguchi, Yasufumi Kiuchi e Yoichi Kondo. Alcançaram maior reconhecimento deste lado do mundo com o tema de abertura da série de animação Naruto, com que ficamos nos próximos minutos.

03. Sambomaster - Seishun Kyosokyoku
04. Hoover's Ooovers - Sode no nai buruu no wanpiisu
05. Yougurt Pooh - Outsider

Há quem se questione se há estilo musical que a banda que se segue não consiga interpretar. Masahiko Shimura, dono de uma versátil voz conheceu Takayuki Watanabe no liceu; decidiram formar uma banda e foram buscar o nome à fábrica do pais de Watanabe. Falamos dos Fuji Fablic, que mais tarde vieram a incorporar também o teclista Tadakoro Sachiko. Após o lançamento de 3 álbuns, Watanabe deixa a banda alegando divergências criativas, mas os Fuji Fablic prosseguiram, estando mesmo prontos a lançar um novo álbum já no dia 9 de Novembro (2005). Ouvimos já de fundo o singles que lançaram em Fevereiro deste ano - Ginga.

06. Fuji Fablic - Ginga

Narita RadioShow

07. Ellegarden - My favorite song

Corria o mês de Dezembro de 1998, quando, em Fukuoka, Abe Kousei, Itou Shinichi, Abe Mitsuhiro e Nakayama Akihito decidiram formar os Sparta Locals, cujas actuações foram descritas pelo líder dos Quruli como "tão cool que fazem sangrar narizes" - expressão idiomática japonesa. Com os Sparta Locals embarca uma bailarina de Tóquio - a tripulação adverte para a existência de um posto de primeiros socorros em http://naritaruc.blogspot.com/. Este vôo também está equipado com sugestões culturais: esta semana a tripulação do Narita recomenda uma passagem atá dia 30 de Outubro pela Anipop, mostra de animação e cultura japonesa, na delegação do IPJ do Parque das Nações em Lisboa.

08. Sparta Locals - Tokyo Ballerina
09. Bandwagon - One more word

Começaram em 1995 por se chamar Lucy Van Pelt, a amiguinha de óculos de Snoppy. Devido a questões de direitos de autor, mudaram em 1998 o nome para Advantage Lucy. Perseguidos pela tragédia, Aiko e Yoshiharu shizaka são agora os elementos restantes da formação inicial, após a saída do baterista e da morte do guitarrista. Apesar de tudo isto, continuam a fazer música bem disposta. Para ouvir fica Fizz Pop.

10. Advantage Lucy - Fizz Pop

Já a banda tinha tocado alguns concertos quando finalmente Aiha Higurashi decidiu dar-lhe um nome. A inspiração veio de uma faixa dos XTC, e assim apareceram as Seagull Screaming Kiss Her Kiss Her que rapidamente conquistaram uma vasta legião de fãs nos Estados Unidos, chamando a atenção de nomes como Mogwai, Yo La Tengo ou Modest House. Em 2002 a banda chega ao fim - mesmo assim, ainda hoje continuam a ganhar fãs. Não consta da nossa rota de vôo uma passagem pela América, mas ficamos com Down to México das Seagull Screaming Kiss Her Kiss Her.

11. Seagull Screaming Kiss Her Kiss Her - Down to Mexico

Se no Japão abundam nomes de bandas originais, este é dos expoentes das imaginação nipónica. Os Thee Michell Gun Elephant, ou TMGE, foram inspirar-se também ao trabalho de outra banda para arranjarem nome, neste caso aos Damned. Muitas vezes comparados aos Ramones, algo possuídos e muito energéticos, os TMGE transformam este vôo num Electric Circus.

12. Thee Michelle Gun Elephant - Electric Circus

Fundados em Yokohama, os senhores que se seguem são mais um caso de sucesso além fronteiras, concertos frequentes nos Estados Unidos e Reino Unido. Com uma sonoridade algures entre os My bloody Valentine e Pale Saints, os Luminous Orange entram neste vôo com Give a Hint.

13. Luminous Orange - Give a hint

Narita RadioShow

Vôo em rota alternativa de Narita quase a chegar ao fim, não sem antes passarmos pelos Supercar, que é frequentemente comparada a outro ícone da música alternativa, os Radiohead. Formados em 1995, os Supercar foram sempre sendo bem recebidos mas atingiram maior projecção quando o seu tema "Drive" foi utilizado num programa televisivo. No ínicio deste ano, os membros da banda decidiram terminar a viagem para prosseguirem carreiras a solo. Dos Supercar fica até ao momento de contacto com o solo o tema Sunshine Fairyland. Nós por cá, e por lá, no Japão, despedimo-nos, esperando que tenham tido uma boa viagem. Voltamos a embrarca no próximo sábado entre as 21 e as 22h. Mata raisshu.

14. Supercar - Sunshine Fairyland

terça-feira, outubro 25, 2005

NARITA 013 - 2005/10/22

Boa noite. Deste lado a equipa habitual, Fernando Ferreira, Olga do Vale e Sara Mendes, prontos para dar início a uma viagem ao cinema japonês. Viagem 13, agora em nova rota com a grelha de Inverno da Rádio Universidade, todos os sábados pelas 21 horas. Código de embarque: terminal 107.9, aeroporto internacional de Tóquio, NARITA.


Hoje deixamos os desenhos animados de parte e fazemos a nossa primeira incursão pelo cinema japonês. Sem perdermos tempo iniciamos a viagem com um nome incontornável do cinema japonês, Takeshi Kitano.

Equipa de bordo: Fernando Ferreira, Olga do Vale e Sara Mendes.

Destino: OST (Cinemusicorium Japonês)

Alinhamento:

1. Dolls

De 2002 recuperamos os sons que deram cor a Dolls. Filme com uma direcção de arte e fotografia geniais, digo eu, como de resto são pautados tantos filmes asiáticos. Dolls é inspirado em histórias tradicionais de Bunraku, teatro de marionetas japonês. São 3 histórias interligadas e muitos cenários deslumbrantes. A história central é a de um casal misterioso que vagueia pelas ruas unidos por uma corda. A narrativa ocorre em flashback, o que lhe impõe um ritmo muito próprio. Mais uma vez os finais felizes não fazem parte do imaginário de Kitano, e mais uma vez contou com a colaboração de Joe Hisaishi, ele que tantas vezes já passou pelo nosso programa, para sonorizar imagens e personagens.

2. Batoru Rowaiaru - “Battle Royale”

Seguimos viagem com a Banda Sonora de Batoru Rowaiaru - “Battle Royale”, de Fukasaku Kinji. Filme de 2000, que conta com participação de luxo como “Beat” Takeshi e Chiaki Kuryama, ela que 3 anos depois encarnaria a terrível Gogo Yubari em Kill Bill. Battle Royale foi alvo de muita polémica no Japão, não tanto pela violência visual, que lhe é inerente, mas pelas mensagens implícitas. O cenário é um Japão actual, em início do século XXI, onde a crise económica e as elevadas taxas de desemprego geram um conflito de gerações, que despoleta numa rebelião de jovens contra o poder dos adultos. Em resposta a isto o governo japonês aprova uma lei que ficaria conhecida como BR, Battle Royale, que consistia num programa em que vários jovens eram transportados para uma ilha deserta e obrigados a entrarem num jogo para sobreviverem. As regras eram 3: só um podia sobreviver; só podia existir um vencedor; e o jogo só podia durar 3 dias, no fim deste período se houvesse mais que um sobrevivente todos morreriam. Através deste mote e de algumas dezenas de personagens muito características Kinji conseguiu criar um filme complicado e extremamente violento. A Banda sonora ficou a cargo de Masamichi Amano.

Battle Royale teve uma “menos feliz” sequela na minha opinião, uma vez que o primeiro filme me pareceu bastante conclusivo. A história é passada 3 anos após os sobreviventes terem fugido da Ilha. Nanahara e Nakagawa, duas das personagens do primeiro filme estão agora à frente de um grupo terrorista anti-BR. O governo japonês em resposta a este grupo cria uma lei anti-terrorismo com o nome de BRII. Outro grupo de jovens é escolhido e a nova missão é descobrir e matar Nanahara em 72 horas. Um filme menos intenso que o primeiro volume e cuja banda sonora ficou a cargo do mesmo Masamichi Amano.

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Próximo passageiro, um senhor que ficou conhecido pelo polémico “Império dos Sentidos”, Nagisa Oshima. Mas a banda sonora que se segue é a de “Merry Christmas, Mr. Lawrence”. O filme de 1983 é passado durante a Segunda Guerra Mundial. Conta a história de um campo de prisioneiros japonês, na ilha Java, onde estão prisioneiros ingleses. O campo é gerido por um comandante tirano, interpretado por Ryuichi Sakamoto, que cria uma série de regras que geram conflitos com os presos. O CAOS é instaurado com a chegada de um novo prisioneiro, e o equilíbrio será ditado por um Coronel britânico que se encontra preso, mas que compreende ambos os lados do conflito. Um filme com interpretações magnificas de David Bowie, Tom Conti e Ryuichi Sakamato, que além do papel de vilão compôs uma banda sonora extraordinária que acompanha perfeitamente o ritmo do filme.

Recuperamos desta forma a banda sonora de outro filme de Takeshi Kitano, este num registo bem diferente do que é habitual. Filme de 1999 que tem como pano de fundo a história de um rapaz, Masao, que vive sozinho com a avó, em Tóquio. Não tem pai e só conhece a mãe por fotografias. Um dia recebe um encomenda desta, e decide procura-la na cidade onde vive, Toyohashi. No caminho, Masao, encontra um casal vizinho da avó, e o homem decide acompanha-lo nesta viagem, no mínimo marcante. Um filme focado na família, e que apesar de não recorrer à violência visual que Kitano nos habituou, não deixa de ser dramático. A extraordinária banda sono só podia ter saído da imaginação, novamente, de Joe Hisaishi.

Depois de um filem acolhedor, tempo para regressarmos ao cinema violento. Segue-se "Ichi - The Killer". Filme de 2001, realizado por Takashi Miike, tendo sido co-produzido por Japão, Coreia do Sul e Hong Kong. Filme de terror, com os gangs juvenis de fundo, onde a ultra violência chega a ultrapassar o visual, perturbando emocionalmente até os mais corajosos.

Baixamos o ritmo até à terceira longa metragem de Katsuhito Ishii, "Cha no Aji", rodado em 2004. Ishii foi o criador da sequência de animação que pudémos ver em "Kill Bill - Volume I". A história não é de todo nova, retrata a mudança de uma rapariga, e da família, para uma cidade do interior. Um filme com uma estética visual deslumbrante e que também recorre a alguma cenas de animação.

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Na recta final recuperamos um filme de outros dos incontornáveis do cinema japonês, Akira Kurowasa. Sanjuro, realizado em 1962, que não é mais que uma sequela, por assim dizer, de Yojimbo, o samurai que volta à cena. Desta vez, Yojimbo junta-se a um grupo de jovens que pretende acabar com a corrupção da cidade. No entanto o samurai não é propriamente o nobre guerreiro que os jovens pensam. Mais acção, mais drama, mais batalhas e mais uma vez a música de Masaru Satoh a acompanhar.

Minutos finais de NARITA com toda a equipa de bordo pronta para aterrar em segurança. Para mais informações basta dirigirem-se a naritaruc.blogspot.com. Nós por cá, e por lá no Japão, despedimo-nos e voltamos à mesa hora na próxima semana.

Sayounara

sexta-feira, outubro 14, 2005

NARITA 012 - 2005/10/14

Boa noite. Prontos para o décimo segundo vôo com partida de NARITA. Hoje num vôo a caminho da nova grelha da Rádio Universidade de Coimbra, a comandar o vôo está Fernando Ferreira e já sabem que podem contar com a vossa hospedeira de bordo, eu, Sara Mendes. Reajustamento dos horários de vôo: a partir da próxima semana os vôos com partida de Narita terão lugar aos Sábados entre as 21 e as 22 horas, com replay nas noites de 3ª para 4ª às 3h da manhã. Apesar das alterações, continuaremos como sempre a lançar um olhar sobre o que se faz pelo Japão em termos de música e não só. Partida do terminal 107.9, aeroporto internacional de Tóquio, NARITA.

O destino de hoje, quinta-feira, 13 de Outubro, é o J-Rock. Descendente do rock psicadélico ocidental, o J-Rock, abreviatura para Japanese Rock, surge no Japão no final da década de 60 do século passado inicialmente por grupos que imitavam os seus ídolos anglo-saxónicos. Tal como nesses países, também no Japão este estilo musical se aliou a movimentos políticos juvenis, nomeadamente às revoltas estudantis de Quioto.


O Rock a nível mundial evoluiu e também o J-Rock foi evoluindo, gerando vários sub-estilos e ajudando a criar vários novos panoramas musicais no Japão, desde o noise rock e ao folk rock.
Já de fundo ouvimos Shulla com RINRIN no Negai goto.

Shulla – RINRIN no Negaigoto

Gackt - Wasunerai Kara

Hyde – Evergreen
Formados no início dos anos 90 em Osaka, os L’arc en Ciel tiveram várias formações. A mais recente conta com Yukihiro, Ken, Tetsu (o fundador) e Hyde, o líder da banda também conhecida por Laruku. Actualmente, os diversos membros da banda desenvolvem projectos a solo, como Hyde que acabámos de escutar. Apesar disso a banda oficialmente não se desfez, tendo inclusivamente encetado uma reunion tour em 2003. Dos L’arc en Ciel ficamos com Ray Honey.

L’arc en Ciel – Ray Honey

Glay – Way of Difference

Uma das bandas mais populares no Japão, e também em toda a Ásia, é constituída por Hisashi, Jiro, Takuro e Teru. Falamos dos Glay, oriundios de Hakodate, cujo nome é deliberadamente uma má pronunciação do termo inglês gray, significando o leque entre o preto e o branco que a banda pretende abranger com a sua música. Na verdade, ao longo de dez anos os Glay têm composto êxitos atrás de êxitos, sempre com um som renovado. Aqui ouvimo-los com Way of Difference.

Segue-se outra das incontornáveis bandas do J-Rock – os X-Japan. Banda de culto um pouco por todo o lado, começou a ser congeminada por Yoshiki e Toshi em 1976, quando ambos tinham apenas 12 anos – na altura decidiram chamar-se apenas X. O som desta banda é assumidamente hard rock, como se pode comprovar no tema que já se ouve de fundo, Silent Jealousy.

X-Japan – Silent Jealousy

Durante a próxima semana, será possível visitar o Japão em Portugal. A equipa de vôo do Narita sugere uma passagem pela Cinemateca Portuguesa, onde, de 20 a 22 e 29 de Outubro, decorrerá um mini-ciclo de cinema japonês, com o patrocínio da embaixada do Japão e Japan Foundation. Kenji Mizoguchi e Yasuhiro Ozu são dois dos realizadores a serem vistos ou revistos neste mini-ciclo.


Também no final deste mês, a Anipop (Associação Juvenil para a divulgação da cultura japonesa) realiza um evento dedicado à animação e cultura nipónicas. Anime, Cosplay e workshops de desenho são alguns dos atractivos deste festival a realizar entre os dias 28 e 30 de Outubro, na delegação de Lisboa e Vale do Tejo do IPJ, no Parque das Nações em Lisboa.

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Endorphine – The Game

Luna Sea – Into the Sun
Descobertos pelos X Japan, os Luna Sea iniciaram a carreira em 1989 e foram quase tão populares com a banda que os trouxe para a ribalta durante a década de 90. Terminaram a sua carreira em 2000, com dois dias de concertos esgotados no Tokyo Dome. Foram eles que nos elevaram ao Sol com este Into the Sun.

Chega ao fim este vôo de Narita sobre o J-Rock, hoje que estreia em território nacional, mas não ainda em Coimbra, o tão esperado último filme saído dos estúdios Ghibli – Howl’s Moving Castle, em português “O Castelo Andante”. A hora de chegada é a prevista. Mais informações em naritaruc.blogspot.com. Nós por cá, e por lá, no Japão, despedimo-nos, esperando que tenham tido uma boa viagem. Relembramos as novas coordenadas dos vôos a partir da próxima semana: Sábados entre as 21h e as 22h, já a partir de dia 22.

Cali Gari – Goodbye

quinta-feira, outubro 06, 2005

Curso Livre de Japonês (FLUC)

A Universidade de Coimbra, através da sua Faculdade de Letras, oferece no ano lectivo 2005/06 o curso de língua e cultura japonesas (níveis I e II), aberto a todos os estudantes da Universidade e público.

Para além de outras vantagens, a frequência deste curso poderá facilitar a participação de estudantes de Coimbra em protocolos de intercâmbio académico que esta Universidade mantém com diversas Universidades japonesas.

As inscrições estão abertas na Secretaria de Assuntos Académicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra até ao dia 7 de Outubro (talvez se pedirem muito se possam inscrever fora do prazo : ) ).

Informações sobre o curso com a docente Drª. Ayano Shinzato.

Sayourana.

PS: O NARITA não levanta voo hoje, devido à emissão diária, durante esta semana, de entrevistas aos candidatos à Câmara Municipal de Coimbra. "Boas viagens".

quarta-feira, outubro 05, 2005

NARITA 011 - 2005/09/29

Hoje a equipa de bordo desfalcada; os viajantes a bordo deste vôo podem contar com o piloto Fernando Ferreira e comigo, Sara Mendes, a assegurar que o vôo corra pelo melhor. Todas as quintas-feiras entre as 21 e as 22 horas um olhar sobre o que se faz pelo Japão. Partida do terminal 107.9, aeroporto internacional de Tóquio, NARITA.

O destino de hoje, quinta-feira, 29 de Setembro, é a música Enka, um tipo de música tradicional melodramática japonesa oriunda dos períodos Meiji e Taisho.

Equipa de bordo: Fernando Ferreira e Sara Mendes.

Destino: Enka

Considerada por muitos a mais contemporânea da música japonesa, a música Enka ouve-se em baladas que combinam a música western moderna com um distinto toque nipónico. Inicialmente criada como forma de expressão política, a música Enka utiliza tanto instrumentos tradicionais japoneses como da música western; as guitarras e os sons de orquestra completam este leque de instrumentos musicais.

A música Enka é composta em “oitavas” pentatónicas, as “yonanuki onkai”, ou seja, são apenas utilizadas cinco notas por oitava. O tom nostálgico predomina neste estilo musical, como pode ser ouvido já de fundo em Kawa No Nagare No Yô Ni.

Alinhamento:

1. ( ) - Kawa No Nagare No Yô Ni
2. Seiko Matsuda - Anata Ni Aitakutei
3. Misora Hibari - Ai San San

Misora Hibari é a indiscutível rainha Rainha do Enka. Aos sete anos já era cantora, tendo iniciado aos doze anos uma carreira de actriz que contou mais de 60 filmes. Diz-se que a sua música ajudou a reconfortar os japoneses na devastação dos anos de guerra, razão pela qual Kyoto tem um museu em sua honra. Em 1989, aos 52 anos, faleceu de morte súbita.

4. Misora Hibari - Omaini Horata
5. Yamagushi Momoe - Toshi Goru
6. Yuki Saori - Tegani
7. Meiko Kaji - Shura no Hana

Também dividida entre a carreira de actriz e a de cantora, Meiko Kaji é outra das rainhas do Enka. Interpretando vários temas para filmes em que participou, Meiko Kaji ganhou recentemente o reconhecimento fora do Japão pela inclusão de temas seus nas bandas sonoras dos dois volumes de Kill Bill de Quentin Tarantino. Ouvimos [Shura no Hana], em inglês “The Flower of Carnage”, retirado da banda sonora de Kill Bill Volume I, tema composto originalmente para o filme Lady Snowblood em que Kaji era a protagonista.

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8. Sayuri Ishikawa - Sayonara No Tsu Basa
9. ( ) - Narutu Kaikyo
10. Yashiro Aki - Ame No Bojo

Yashiro Aki interpreta baladas num tom mais sensual que o habitual na música Enka. Na sua voz ficámos com [Ame no Bojo]. Apesar de nascida na Ilha Formosa, Teresa Teng é também apontada como uma das grandes intépretes da música Enka. Desta senhora, ouvimos [Subaru].

11. Teresa Teng - Subaru
12. Okinawa - Shimauta
13. Itsuki Hiroshi - Fuyu No Hataru
14. Kiyoshi Hikawa - Kiyoshi Konoyoru


Kiyoshi Hikawa tornou-se um cantor Enka porque as pessoas idosas que visitava nos lares ouviam as suas músicas de lágrimas nos olhos. Este é um jovem intérprete Enka, nascido em 1977 em Fukuoka, que agrada particularmente às senhoras mais velhas (mas também não deixa de agradar às mais novas). Em 2000 lançou o single Kiyoshi Konoyoru com o qual nos aproximamos da pista de aterragem.

Nós por cá, e por lá, no Japão, despedimo-nos, esperando que tenham tido uma boa viagem. Para a semana estamos de volta, à mesma hora.

Sayourana.

terça-feira, setembro 27, 2005

NARITA 010 - 2005/09/22

Prontos para o décimo voo com partida de NARITA. As boas vindas da esquipa de bordo, Olga do Vale e Sara Mendes. Todas as quintas-feiras entre as 21 e as 22 horas um olhar sobre o que se faz pelo Japão. Partida do terminal 107.9, aeroporto internacional de Tóquio, NARITA.

O destino de hoje, quinta-feira, 22 de Setembro, é um destino que nos agrada particularmente. Estamos de visita, durante uma hora, aos estúdios GHIBLI. Paragem nos filmes que nos preencheram imaginários e nos sons sem os quais fariam sentido.

Equipa de bordo: Olga do Vale e Sara Mendes.

Destino: Ghibli Studio

Quando falamos em estúdios GHIBLI falamos em animação. Herdeiros legítimos do Topcraft Studio e dos seus maiores criativos Isao Takahata e Hayao Miyazaki. Para os passageiros menos atentos, a quem estes nomes não dizem nada, lembrar-se-ão de certeza, de séries como o Tom Sawyer, Heidi ou Marco.


Em 82 o Topcraft deixa de produzir e em 85 nasce o talvez mais prestigiado estúdio de animação japonesa, capaz de competir com produtoras como a Disney, o Ghibli Studio. O nome, curiosamente, deriva do italiano, e da alcunha dada aos aviões que durante a Segunda Guerra Mundial exploravam o deserto do Sahara, cujo o significado literal era “vento quente”. A conotação pretendida por Hayao Miyazaki e pelo seu mentor, Isao Takahata, era a de que um novo vento se fazia sentir na indústria de animação japonesa. A verdade é que eles inventaram mesmo um estilo. Embora a produtora só tenha sido fundada em 85, a sua origem remonta ao ano de 83 e ao filme Kaze no tani no Naushika (Nausicaa of the Valley of Wind), baseado no manga com o mesmo nome.

Alinhamento:

1. Kaze no Tani no Naushika (Nausicaa of the Valley of Wind) - Kaze no Densetsu

2. Tenkuu no Shiro Laputa (Laputa - Castle in the Sky) - Sora Kara Futte Kita Shoujo

3. Hotaru no Haka (Grave of the Fireflies) - Setsuko to Seita
4. Tonari no Totoro - Opening Theme
5. Omoide Poro Poro - Main Theme
7. Mimi Wo Sumaseba - Violin Wo Tsukuru Shonen
8. On Your Mark - On your Mark
9. Mononoke Hime (Princess Mononoke) - Theme Song
10. Mononoke Hime (Princess Mononoke) - The Legend of Ashitaka
11. Sen to Chihiro Kamikakushi (Spirited Away) - Ano Natsuhe
12. Neko no Ongaeshi (Cats Return) - Opening Theme
13. Neko no Ongaeshi (Cats Return) - Neko no Ongaeshi
14. Hauru no Ugoku Shiro ( Howl's Moving Castle) - Baron no Uta
15. Hauru no Ugoku Shiro ( Howl's Moving Castle) - Mysterious World

Filmografia:

1983 - Kaze no tani no Naushika

Dirigida por Miyazaki e produzida por Takahata, contou com música do inevitável Joe Hisaishi, japonês oriundo de Nagano e compositor de quase todas as bandas sonoras dos filmes da Ghibli. Naushika conta uma história, passada num futuro muito distante, no qual foram criadas formas de vida artificiais, denominadas por soldados divinos, cuja força destruidora acabou com o eco sistema terrestre e com toda a civilização, numa guerra chamada “Sete dias de fogo”.

1984 – Koala Boy

1985 – Fundação do Ghibli Studio.

1986 - Tenkuu no Shiro Laputa (Laputa – Castle in the sky) – Filme criado com uma equipa toda renovada e realizado por Hayao Miyazaki. É precisamente neste filme que a paixão de Miyazaki pela aviação se começa a notar. Conta a história de Pazu, um miúdo obcecado com a ideia de voar. Cita, uma rapariga misteriosa que desceu do céu, é salva por Pazu e os dois compõem a dupla de protagonistas do filme, que contam ainda com a ajuda de uns piratas do ar, que são completamente obcecados por Laputa, uma lendária ilha flutuante e que parece ter alguma conexão com Cita.

1988 – Hotaru no Haka (Grave of the Fireflies) – Filme dirigido por Isao Takahata, que contou com um recém-chegado aos estúdios Ghibli, o talentoso Yoshifumi Kondo. Takahata neste filme com um estilo muito mais sóbrio e realista que Miyazaki. Um filme fantástico com um cenário de final da Segunda Guerra Mundial no Japão. Conta a história de dois irmãos, Seita, de 13 anos, e Setsuko, de 4 anos, que tentam sobreviver ao drama da guerra. Uma história bonita e muito emotiva, e facilmente nos faz esquecer que estamos a ver desenhos animados. A música de Joe Hisaishi acompanha na perfeição o ritmo do filme, impondo-lhe por vezes um assento mais trágico, se tal é possível.

1988 – Tonari no Totoro (My Neighbor Totoro) – Miyazaki neste filme conta a história terna de Totoro, um espírito da floresta, que Mei e Satsuki encontram numa árvore enorme que fica perto da casa nova onde vivem com o pai. Quando Mei, de apenas 4 anos, descobre que a mãe está hospitalizada e corre perigo de vida, decide sozinha ir visita-la, acabando por se perder, e é precisamente Totoro que a encontra.

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1989 – Majo no Takkyubin (Kiki’s Delivery Service) – Este foi o primeiro grande êxito comercial dos estúdios Ghibli, e mais um filme onde não ficam de fora as famosas cenas aéreas de Miyazaki. Kiki é uma aprendiz de bruxa de 13 anos, precisamente a idade na qual as pequenas bruxas devem abandonar a casa dos pais e viver um ano numa cidade onde não exista qualquer bruxa. Acaba por fixar-se numa pequena cidade perto do mar e aí começa a trabalhar num serviço de entregas ao domicílio. Uma história divertida e muito bem realizada é o que podem esperar os ouvintes.

1991 – Omoide Poro Poro (Only Yesterday) – História baseada na manga de Hotaru Okamoto e Yuke Tone, mas cuja a adaptação e direcção devemos ao fantástico Isao Takahata. Taeko é uma jovem de 27 anos que decide passar férias na quinta da avó, durante a viagem é bombardeada com várias recordações da adolescência. A música tem um papel fundamental, neste caso atribuído ao compositor japonês Katsu Hoshi.

1992- Kurenai no Butta (Porco Rosso) – Com uma animação primorosa começou por ser o projecto de uma curta-metragem para a Japan Airlines. A história tem como fundo a Itália no período da Belle Époque. Marco Pagotto é um dos melhores aviadores do exército, que abandona depois da guerra. Reaparece algum tempo depois, misteriosamente transformado num porco (antes um porco que um fascista, diz ele próprio). Um filme de heróis italianos, amores impossíveis e com muitas, muitas aventuras.

1993 – Umi ga Kikoeru (Ocean Waves) – Filme baseado no romance de Himuro Saeko, foi o primeiro dos estúdios Ghibli a não ter base numa história original, e foi o primeiro filme a não ser dirigida por Miyazaki ou Takahata. O filme acabou por ser uma prova aos novos artistas da Ghibli, aqui com uma equipa liderada pelo jovem Kazuya Kondo. O cenário é a cidade de Kochi, e conta a história de uma rapariga universitária que foi transferida de Tóquio para uma das instituições de ensino superior de Kochi.

1994 – Heisei Tanuki Gassen Pompoko – Guião e realização a cargo de Isao Takahata, ainda que a ideia do o realizar tenha partido de Miyazaki. A história é baseada num projecto de urbanização, de umas colinas perto de Tóquio, do governo japonês. As colinas que se julgavam inabitadas, eram na realidade habitadas por dois clãs de Tanuki, que posteriormente se vêem obrigados a lutar entre eles devido à escassez de comida e espaço. No entanto têm um inimigo comum: o homem. Filme com um grande impacto fora do Japão, ao qual se deveu a nomeação para um Óscar, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

1995 – Mimi Wo Sumaseba (Whisper of the Heart) – A história da amizade de Shizuku e Seiji, que se conhecem durante umas férias. Ela adora ler e ele tem o sonho de vir a ser um grande construtor de violinos, sonho ao qual os pais se opõem. Escrita por Miyazaki e realizada por Yoshifumi Kondo.

1995 – On Your Mark – Curta-metragem, de apenas 7 minutos, escrita e realizada por Hayao Miyazaki. Trata-se de um vídeo musical da banda japonesa Chage & Aske utilizado para fazer promoção dos concertos da banda. A história é passada num futuro próximo em que a humanidade se vê obrigada a viver em abrigos subterrâneos.

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1997 – Mononoke Hime (Princess Mononoke) – Realizado por Hayao Miyazaki, tornou-se até à data no maior êxito dos estúdios Ghibli. Foi até ao momento o filme com mais espectadores da história do Japão, superado posteriormente pelo filme “A Viagem de Chihiro”. A história desenrola-se durante o período feudal do Japão, período no qual as guerras pelo poder eram uma constante. O caos japonês foi ainda complementado com a aparição de armas de fogo provenientes da Europa. Esta era uma época em que ainda existiam muitas florestas virgens no Japão, e lendas que de espíritos as protegiam. A luta dos espíritos, liderados por uma rapariga criada na floresta, contra os homens é o que conta este filme, acompanhado por uma soberba banda sonora composta por Joe Hisaishi.


1999 – Tonari no Yamada-kun (My Neighbors the Yamadas) – Dirigido por Isao Takahata.


2000 – Skiti-Jitsu

2001 – Sen to Chihiro no Kamikakushi (Spirited Away) – Filme de Miyazaki, vencedor de um Óscar para Melhor Filme de Animação, e vencedor exequo de um urso de ouro no Festival de Cinema de Berlim, na categoria de melhor filme. Conta a história de Chihiro, uma criança de de 10 anos, que se vê obrigada a mudar de cidade, deixando tudo para trás. Na viagem para a nova casa, os pais enganam-se no caminho e vão dar a um misterioso túnel, aparentemente sem saída. O túnel leva-os a uma cidade fantasma onde são recebidos com um enorme banquete. A banda sonora, mais uma vez, ficou a cargo de Joe Hisaishi.

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2002 – Neko no Ongaeshi (The Cats Returns) – Sequela do “Whisper of the Heart”. Dirigido por Hiroyuki Morita. Depois de salvar um gato, uma rapariga vê-se acidentalmente comprometida com um gato príncipe e presa num mundo mágico.

2002 – Ghiblies Episode 2 – Apresentado no cinema ao mesmo tempo que “The Cats Returns”.


2004 – Innocense: Ghost in the Shell (Co-produção com Production IG).

2004 – Hauru no Ugoku Shiro (Howl’s Moving Castle) – Dirigido por Hayao Miyazaki. Uma história de amor entre uma rapariga de 18 anos, chamada Sophie, amaldiçoada por uma bruxa e condenada a ficar presa num corpo de velha, e Hauru um jovem mágico. Sob a maldição, Sophie parte à procura de uma solução e acaba no estranho castelo de Hauru. No Castelo ela conhece um demónio chamado Calcifer, que vendo que ela está amaldiçoada propõe-lhe uma troca, ela convence Hauru e liberta-lo e ele salva-a da maldição.

Aterragem conseguida apesar de toda a turbulência sentida durante a viagem. Nós por cá, e por lá, no Japão, despedimo-nos, esperando que tenham tido uma boa viagem. Para a semana estamos de volta, à mesma hora.

Sayounara

sexta-feira, setembro 16, 2005

NARITA 009 - 2005/09/15

Senhoras e senhores passageiros, por favor mantenham a calma. O vôo 009 de Narita vai entrar numa zona de turbulência, mas mantemos a rota e velocidade.

Durante a próxima hora, cruzaremos os céus sobre Merzbow, Gerogerigegege, C.C.C.C e Kazumoto Endo entre outros. O vôo segue em piloto automático até ao final desta hora. Esperamos que tenham uma boa viagem!

1. Kazumoto Endo - 02
2. Gerogerigegege - Yasukuni Jinja
3. Merzbow - Mantra 1
4. Merzbow -Untitle from Sha-mo
5. C.C.C.C- Test Tube part1
6. Hijokaidan - Bad Character, but great sounds
7. Boredoms - Special Punk King
8. Merzbow + Alec Empire - The full destroyer...
9. Gerogerigegege - Gay sex can be aids
10. Zeni Geva - Blood Sex
11. Merzbow - Untitle tape drum solo

Minnasan oyasumi nasai! ^_^

sexta-feira, setembro 09, 2005

NARITA 008 - 2005/09/08

Boa noite. Equipa de bordo desfalcada, pela falta da nossa hospedeira de bordo. Deste lado contam então com as instruções de voo de Fernando Ferreira e Olga do Vale.


Embarcamos todas as quintas-feiras pelas 21 horas. Terminal 107.9, aeroporto internacional de Tóquio, NARITA. Nesta quinta-feira, 8 de Setembro, seguimos viagem para o nosso destino: VK, Visual Key.

Equipa de Bordo: Fernando Ferreira e Olga do Vale

Destino: VK - Visual Key

O Visual Key insere-se na J-Pop, se pensarmos que J-Pop é um conceito relativo e correspondente a toda a música não tradicional japonesa. VK será não mais que um subgrupo da J-Pop, ou mais especificamente Japanese Rock (J-Rock). O movimento musical VK surgiu durante os anos 90, e o termo não se refere a algum tipo específico de sonoridade, mas ao seu significado mais imediato: o visual das bandas.

Os elementos das bandas são geralmente homens, ainda que se apresentem com um visual muito particular, conferindo-lhes o estatuto de personagens andróginas. Algumas das polaróides abaixo exemplificam na perfeição o conceito Visual Key.Maquilhagens marcadas, vestuário extravagante, remetendo-nos para os anos 80, e postura teatral em palco também fazem parte da cultura VK, maioritariamente seguida por adolescentes do sexo feminino.

Visual Key é deste modo, mais um tipo de bandas do que um estilo musical. O visual é elaborado através de muitas influências, como personagens de jogos de computador ou de séries de anime. Frequentemente estas bandas, e embora toquem J-Rock, são confundidas com bandas góticas, devido à apresentação das mesmas. No entanto o movimento gótico japonês rejeita partilhar esse estatuto com o VK, atribuindo título próprio ao cruzamento entre o visual gótico e o VK, Gothic Lolita. Não tendo este termo qualquer conotação sexual, apenas querendo remeter o conceito para uma combinação de meigo e infantil.

Alinhamento:

1. Malice Mizer – Seinar Koku Eine no Inori

Exemplo de Gotich Lolita são os primeiro passageiros de hoje, os Malice Mizer, cujo vocalista da banda é o responsável pela popularização do estilo Gothic Lolita, privilegiando as roupas de estilo vitoriano. O que começou por ser uma sub cultura no final dos anos 90 é actualmente um género popular no Japão. Malice Mizer são uma das bandas que mais influenciou o Visual Key. Formados em 1992, e compostos por 3 elementos, Yuki, Gaz e o carismático vocalista Tetsu. Eles próprios dividem a carreira em 3 eras, a Tetsu Era (1992-94), a Gackt Era (1995 – 1999), e a Klaha Era (2000 – 2001).

2. Laraine – Trailer
3. Moi Dix Mois – Perish

É o mais recente projecto de Mana, um japonês oriundo de Hiroshima e com formação em música clássica. Depois de uma incursão pelo punk e pelo indie, e inspiraoa pelo movimento Gothic Lolita e pelos Marice Mazer criou, em 2001, o projecto a solo Moi Dix Moi.

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4. Janne da Arc - Claw Mark of Maria
5. Gazette – Kazou
6. Kozi - Grottesca
7. Vidoll Vidooru - Sanga Korondai

São compostos pela dupla Rame e Tero, que se juntaram em 2002. Embora não sendo tão populares comoalguns dos passageiros anteriores, os Vidoll obtiveram um grande sucesso na Europa e Japão, pautando-se por uma sonoridade única, misturando sons melódicos com sons perturbadores, mas sempre encantadores.

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8. Laputa - Off

Os Laputa são constituídos por 4 elementos, Aki (Voz), Tomoi (Bateria), Junji (Baixo) e Kouichi (Guitarra), tocam J-rock e formaram-se em 1993. Tiveram uma carreira bastante discreta que terminou em 2000, com a edição de um best of.

9. Duel Jewel – Rain

Duel Jewel é um quinteto composto por Shun e Yuka (Guitarra), Hayato (Voz), Natsuki (Baixo) e Val (Bateria). Oriundos de Tóquio, conheceram-se e formaram-se, em 1997, durante o liceu, mantendo-se ainda em actividade. Alcançaram rapidamente o sucesso e contam com duas mãos cheias de actuações pelos EUA. Embora sejam conotados com Visual Key, têm uma identidade própria, variando o repertório entre músicas calmas, interpretadas pela voz melódica de Hayato, e os gritos estridentes do mesmo acompanhados por solos de guitarra.

10. Buck Tick – My Baby Japanese

São uma banda de J-Rock e frequentemente são conotados com o Visual Key. 25 Anos depois da sua formação, contam na bagagem com 26 álbuns editados e outro pronto com data de lançamento no final deste ano. O nome inglês foi herdado do japonês Baku Chiku e têm como líder e mentor o guitarrista Hisashi Imai.

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Com os Buck Tick terminámos a viagem de hoje. Tempo para as despedidas. Nós por cá e por lá, no Japão, regressamos para a semana no mesmo horário. Sayounara.

sexta-feira, setembro 02, 2005

NARITA 007 - 2005/09/01

Equipa de bordo completa. Seguimos viagem neste primeiro de Setembro de 2005 em novo horário. Terminal 107.9 a partir de hoje, todas as quintas-feiras das 21 às 22, com direito a replay, segundas-feiras à uma da manhã. Partida de NARITA, aeroporto internacional de Tóquio, com destino à cultura japonesa. Temperatura amena, velocidade máxima 11 músicas por hora.


Música tradicional japonesa é o destino de hoje, ao estilo línguas de fogo em japonês. A música tradicional japonesa divide-se em dois grandes grupos: art music e folk music. Estilos de música perfeitamente distintos e que surgiram em diferentes períodos da história japonesa, e que naturalmente foram sofrendo alterações com o tempo, no entanto uma coisa é comum desde sempre: de forma geral, a música vocal teve sempre um papel preponderante relativamente à música instrumental.


Paragens em instrumentos, estilos, músicas e músicos. Cintos apertados e seguimos ao ritmo da música para voltarmos depois com todas as instruções de voo.

Equipa de Bordo: Fernando Ferreira, Olga do Vale e Sara Mendes.

Destino: Música tradicional japonesa.


1. GAGAKU - inserido na art music, este estilo de música é o mais antigo, tendo surgido durante o período Heian (794-1192 DC). É um estilo de música importado de outros países asiáticos (China, Coreia, sul e sudoeste asiático) e que ao longo dos tempos foi sofrendo influências japonesas. De certo modo pode dizer-se que era um estilo de música elitista, uma vez que era conhecido e apreciado maioritariamente pela classe alta, tratando-se de música que apenas era executada na corte, em templos ou igrejas.

O estilo GAGAKU divide-se em 3 classes, música original de outros países asiáticos, música japonesa pura, e música japonesa com influência de outros países. Instrumentos típicos de GAGAKU são as harmónicas, flautas, tambores e cítaras. Este estilo de música continua a influenciar artistas japoneses actualmente.


Vamos então às classificações da GAGAKU:


1. To-gaku – Música original da China. (Instrumental)
2. Komagaku – Música original da Coreia. (Instrumental)
3. Bugaku – Música acompanhada por dança.
4. Kokufu Kabu – Música japonesa pura, instrumental e acompanhada por voz.
5. Roei – Músicas chinesas interpretadas em flauta e acompanhadas por outros instrumentos.
6. Shomyo – Música vocal.

2.NOH – Surgiu no período Kamakura (1192-1333 DC) e teve o seu auge durante o período Muromachi (1338-1573 DC), altura em que as artes teatrais foram crescendo, artes, estas, associadas à dança tradicional e à cultura do arroz. A arte NOH tinha uma grande carga dramática e associava a música NOHGAKU à dança Shimai. A interpretação ficava quase sempre a cargo de homens mascarados, actores e músicos.

NOHGAKU junta desta forma a voz aos instrumentos. A parte vocal, a UTAI, derivada dos cantos budistas SHOMYO; era interpretada pelos protagonistas e acompanhada por um coro masculino que contava a história da peça. A parte instrumental, HAYASHI, é tocada com flautas de bamboo, e três tipos de instrumentos de percussão, KO TSUZUMI, O TSUZUMI e os TAIKO.

A arte NOHGAKU começou por ser praticada, apenas, por militares e pessoas de classe alta, actualmente depois da revolução MEIJI, as classes sociais e hierarquias foram abolidas e pode ser praticada por qualquer pessoa.

3. SHAKUHACHI, KOTO AND SHAMISEN - O período Azuchi Momoyama (1573 – 1603 DC) foi o mais importante na história da música tradicional japonesa instrumental, uma vez que foi um período onde se desenvolveram vários instrumentos tradicionais japoneses.


Vamos aos instrumentos:


SHAKUHACHI – Instrumento preferido dos monges budistas, não é mais que uma flauta de bambu com certa de 55 cm de comprimento e que herdou o nome de duas antigas medidas japonesas.

KOTO – Primo direito da cítara, mas de maior dimensão e com 13 cordas. Começou por fazer parte apenas da educação de mulheres, e só elas podiam tocar KOTO. Música com direito a nome próprio: SOKYOKU.

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SHAMISEN e BIWA – São ambos instrumentos de cordas, facilmente identificáveis com guitarras, a SHAMISEN tem 3 cordas enquanto a BIWA tem 4 cordas. A SHIMESEN é utilizada no acompanhamento de peças vocais, quer se tratem de canções ou apenas narrações, além disso é muito utilizada em no acompanhamento de KABUKI, forma teatral com origem no período Edo, e de BUNRAKU, teatro japonês de marionetas.


Estes são três dos instrumentos mais utilizados na música tradicional japonesa. Além deles, podemos ainda referir os instrumentos de percussão, como o TSUZUMI e o TAIKO, que a melhor forma de o descrever é como sendo um tambor enorme suspenso, tocado ao alto e na vertical.

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4. FOLK MUSIC (MINYO) - também faz parte da música tradicional japonesa, e é originária de várias províncias do Japão. A maioria destas músicas era compostas e associadas eventos religiosos ou profissões tradicionais, como a agricultura ou pesca. Tal como as restantes vertentes da música tradicional, também a música folk japonesa evoluiu drasticamente, perdendo a associação da mesma com as tarefas do dia a dia. Tendência contrariada na região de OKINAWA, onde as músicas folk continuam a ter a função original de acompanhar os japoneses na labora diária.


A melhor folk music foi composta durante e após o período Edo, por compositores anónimos, no entanto, durante o século XX, vários compositores e poetas conhecidos se dedicaram à composição de folk music baseada no estilo tradicional, interpretada por um único cantor e acompanhada por vezes com percussão, SHAKUACHI ou SHAMISEN.

Alinhamento:

1. Etenraku - Tradicional Song (Koto + Shakuhachi)
2. Tabaruzaka - Tradicional Song (Koto + Shakuhachi)
3. Japanese Sakura - Tradicional Song (Koto + Shakuhachi)
4. Shina no Tone - Tradicional Song
5. Zoku - Tradicional Song (Taiko)
6. A Son Ja O - Tradicional Song (Taiko)
7. Jang-Gwara - Tradicional Song (Taiko)
8. Gidayu - Tradicional Song (Shamisen)
9. - Shin-nai Nagashi - Tradicional Song (Shamisen)
10. Kiyomoto - Tradicional Song (Shamisen)
11. Hachidan - Tradicional Song


Nós por cá e por lá, no Japão, regressamos para a semana no mesmo horário. Sayounara.

terça-feira, agosto 30, 2005

Site dedicado à música japonesa

É com enorme prazer que divulgo um site dedicado à música japonesa na língua de Camões. O site promete actualizações semanais das edições em cd, dvd e os concertos com maior destaque no país do Sol Nascente.

Kakumei é o nome deste site e significa "Revolução" em português. Resumindo, Jmusic veio para ficar.