Para o vigésimo quarto vôo com partida de NARITA, a equipa de bordo decidu explorar um pouco mais o J-Rock. Numa emissão com playlist reduzida, viajámos pelas rotas do rock progressivo e psicadélico feito no Japão.
Partida do terminal 107.9, aeroporto internacional de Tóquio, NARITA.
Equipa de bordo: Fernando Ferreira e Sara Mendes
Destino: Rock Psicadélico-Progressivo do Japão
Estávamos na década de 60 do século passado quando as figuras da contracultura britânica e americana desenvolveram um género musical que ficou conhecido por rock psicadélico. Rapidamente adoptado no Japão, este sub-género de um dos estilos mais populares no país do Sol Nascente (o J-Rock) começou por ser tocado por grupos que mimetizavam as bandas ocidentais. Na forma nipónica, o Rock Psicadélico despiu-se da associação ao consumo de estupefacientes que caracterizava as bandas americanas e britânicas, mas manteve a mesma ligação aos movimentos políticos estudantis.
Bastante influenciados por bandas como os Black Sabbath, Cream ou Jefferson Airplane e artistas como Janis Joplin ou Jimi Hendrix, os Flower Travellin' Band foram uma das primeiras bandas do rock psicadélico japonês da década de 70. Longos solos de guitarra, misturando um pouco os blues com todo o psicadelismo, bem como o som dos órgãos Hammond são frequentes na música desta banda que começou por se chamar Yuya Uchida and the Flowers. Entre os cinco álbuns dos Flower Travellin' Band, escolhemos Satori de 1971 para ouvir o tema Satori Part III.
1. Flower Travellin' Band - Satori Part III
Ainda na década de 70 surgiram os Far Out. A banda, que viria a dar origem aos Far East Family Band, caracteriza-se, como a maioria das bandas de rock progressivo, por interpretar faixas cuja duração raramente fica abaxio dos dez minutos. Um clássico dos primórdios dos rock progressivo japonês, os Far Out editaram apenas um álbum, homónimo, em 1972. Ficámos com o álbum Nihonjin (por vezes atribuído aos Far Out, mas editado pelos Far East Family Band) e a faixa Too Many People.
2. Far East Family Band - Too Many People
Quase a meio da viagem, escala na agenda cultural do Narita, com três sugestões nipónicas em terras lusas. Por ordem cornológica, e começando pelo mês de Fevereiro, "O Anime Weekend Aveiro 2006" apresenta-se como o primeiro grande evento em Portugal que conseguirá reunir várias tendências modernas da Cultura Japonesa. De 16 a 19 de Fevereiro, no Parque de Exposições de Aveiro, será possível experimentar o Japão em Anime, exposições, concertos, ateliers, workshops, cozinha japonesa, para além de cosplay, livrarias, editores, sites, manga e karaoke. Já em Março, quem se deslocar ao Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz no dia 19 poderá assistir a "Kodo - Tambores do Japão", espectáculo que subirá a palco pelas 21h30m no Grande Auitório do CAE. Finalmente, em Junho, a Casa da Música no Porto apresenta Ryuichi Sakamoto e Alva Noto em concerto no dia 11. O pretexto é a apresentação do seu mais recente trabalho "INSEN". Três sugestões para um contacto mais próximo com a cultura japonesa sem terem de viajar 11 000 quilómetros!
Regresso à rota original, continuamos a viajar pelo tempo ao som do rock psicadélico e progressivo. Chegamos à década de 80 e aos Gerard. Fundados por Toshio Egawa, a banda editou com a formação inicial dois álbuns. Após estas edições, a editora para que produziam, King Records, deixou de apostar na música progressiva e a banda desmembrou-se. Alguns anos mais tarde, o mesmo Toshio Egawa ressuscita a banda com um alinhamento diferente, e edita Irony of Fate. Sol de pouca dura, a banda volta a desaparecer para ressucitar mais uma vez em 1994, mais uma vez por iniciativa de Egawa e mais uma vez com alinhamento diferente. Incluindo nomes como Masuhiro Goto, que assegura a bateria e voz, os Gerard regressam às edições. Um toque do som dos Gerard através do tema La Conquista Della Posizione Eretta.
3. Gerard - La Conquista Della Posizione Eretta
No final da década de 70, podia ouvir-se uma banda que misturava rock progressivo com tonalidades de jazz - eram os Tenchi Sozo, que em 1980 decidiram mudar o nome para Ain Soph. Os teclados estão no centro da música desta banda, mas é também possível ouvir sintetizadores, bateria ou baixo. Para confirmar, ficou A Story of Mysterious Forest pelos Ain Soph.
4. Ain Soph - A Story of Mysterious Forest
Ultra-psicadélicos e com inúmeras manifestações, os Acid Mothers Temple são outra das referências do rock psicdáelico do Japão. Quer sejam designados por Acid Mothers Temple & The Melting Paraiso UFO (Underground Freak Out), Acid Mothers Temple & The Cosmic Inferno ou Acid Mothers Temple SWR, esta banda não esconde as influências de Jimi Hendrix na sua música. Prestam fenomenais actuações ao vivo e contam com inúmeros discos editados fora do Japão. Na emissão psicadélico-progressiva de NARITA ouvimos White Summer of Love.
5. Acid Mothers Temple - White Summer of Love
Final de viagem com as Ars Nova, o trio feminino de Keiko Kumagai, teclista e compositora da maioria dos temas da banda. Com um estilo instrumental mais agressivo, a música das Ars Nova junta o som do baixo ao dos teclados, sintetizadores e bateria, não deixando de lado as guitarras. Em 2003, editaram Biogenesis Project, um álbum em torno de um enredo de ficção científica, em que a bateria fica a cargo não de uma mulher mas de um homem - Matsuhiro Goto, antigo membro dos Gerard. Das Ars Nova, para final de viagem ficou para ouvir Epilogue.
6. Ars Nova - Epilogue
O Narita regressa na próxima semana com o horário de vôo habitual. Já sabem que podem sempre ir consultando os planos de vôo por aqui; a equipa de bordo fica à espera dos vossos comentários, críticas e sugestões. Nós por cá, e por lá, no Japão, despedimo-nos, esperando que tenham tido uma boa viagem.
Partida do terminal 107.9, aeroporto internacional de Tóquio, NARITA.
Equipa de bordo: Fernando Ferreira e Sara Mendes
Destino: Rock Psicadélico-Progressivo do Japão
Estávamos na década de 60 do século passado quando as figuras da contracultura britânica e americana desenvolveram um género musical que ficou conhecido por rock psicadélico. Rapidamente adoptado no Japão, este sub-género de um dos estilos mais populares no país do Sol Nascente (o J-Rock) começou por ser tocado por grupos que mimetizavam as bandas ocidentais. Na forma nipónica, o Rock Psicadélico despiu-se da associação ao consumo de estupefacientes que caracterizava as bandas americanas e britânicas, mas manteve a mesma ligação aos movimentos políticos estudantis.
Bastante influenciados por bandas como os Black Sabbath, Cream ou Jefferson Airplane e artistas como Janis Joplin ou Jimi Hendrix, os Flower Travellin' Band foram uma das primeiras bandas do rock psicadélico japonês da década de 70. Longos solos de guitarra, misturando um pouco os blues com todo o psicadelismo, bem como o som dos órgãos Hammond são frequentes na música desta banda que começou por se chamar Yuya Uchida and the Flowers. Entre os cinco álbuns dos Flower Travellin' Band, escolhemos Satori de 1971 para ouvir o tema Satori Part III.
1. Flower Travellin' Band - Satori Part III
Ainda na década de 70 surgiram os Far Out. A banda, que viria a dar origem aos Far East Family Band, caracteriza-se, como a maioria das bandas de rock progressivo, por interpretar faixas cuja duração raramente fica abaxio dos dez minutos. Um clássico dos primórdios dos rock progressivo japonês, os Far Out editaram apenas um álbum, homónimo, em 1972. Ficámos com o álbum Nihonjin (por vezes atribuído aos Far Out, mas editado pelos Far East Family Band) e a faixa Too Many People.
2. Far East Family Band - Too Many People
Quase a meio da viagem, escala na agenda cultural do Narita, com três sugestões nipónicas em terras lusas. Por ordem cornológica, e começando pelo mês de Fevereiro, "O Anime Weekend Aveiro 2006" apresenta-se como o primeiro grande evento em Portugal que conseguirá reunir várias tendências modernas da Cultura Japonesa. De 16 a 19 de Fevereiro, no Parque de Exposições de Aveiro, será possível experimentar o Japão em Anime, exposições, concertos, ateliers, workshops, cozinha japonesa, para além de cosplay, livrarias, editores, sites, manga e karaoke. Já em Março, quem se deslocar ao Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz no dia 19 poderá assistir a "Kodo - Tambores do Japão", espectáculo que subirá a palco pelas 21h30m no Grande Auitório do CAE. Finalmente, em Junho, a Casa da Música no Porto apresenta Ryuichi Sakamoto e Alva Noto em concerto no dia 11. O pretexto é a apresentação do seu mais recente trabalho "INSEN". Três sugestões para um contacto mais próximo com a cultura japonesa sem terem de viajar 11 000 quilómetros!
Regresso à rota original, continuamos a viajar pelo tempo ao som do rock psicadélico e progressivo. Chegamos à década de 80 e aos Gerard. Fundados por Toshio Egawa, a banda editou com a formação inicial dois álbuns. Após estas edições, a editora para que produziam, King Records, deixou de apostar na música progressiva e a banda desmembrou-se. Alguns anos mais tarde, o mesmo Toshio Egawa ressuscita a banda com um alinhamento diferente, e edita Irony of Fate. Sol de pouca dura, a banda volta a desaparecer para ressucitar mais uma vez em 1994, mais uma vez por iniciativa de Egawa e mais uma vez com alinhamento diferente. Incluindo nomes como Masuhiro Goto, que assegura a bateria e voz, os Gerard regressam às edições. Um toque do som dos Gerard através do tema La Conquista Della Posizione Eretta.
3. Gerard - La Conquista Della Posizione Eretta
No final da década de 70, podia ouvir-se uma banda que misturava rock progressivo com tonalidades de jazz - eram os Tenchi Sozo, que em 1980 decidiram mudar o nome para Ain Soph. Os teclados estão no centro da música desta banda, mas é também possível ouvir sintetizadores, bateria ou baixo. Para confirmar, ficou A Story of Mysterious Forest pelos Ain Soph.
4. Ain Soph - A Story of Mysterious Forest
Ultra-psicadélicos e com inúmeras manifestações, os Acid Mothers Temple são outra das referências do rock psicdáelico do Japão. Quer sejam designados por Acid Mothers Temple & The Melting Paraiso UFO (Underground Freak Out), Acid Mothers Temple & The Cosmic Inferno ou Acid Mothers Temple SWR, esta banda não esconde as influências de Jimi Hendrix na sua música. Prestam fenomenais actuações ao vivo e contam com inúmeros discos editados fora do Japão. Na emissão psicadélico-progressiva de NARITA ouvimos White Summer of Love.
5. Acid Mothers Temple - White Summer of Love
Final de viagem com as Ars Nova, o trio feminino de Keiko Kumagai, teclista e compositora da maioria dos temas da banda. Com um estilo instrumental mais agressivo, a música das Ars Nova junta o som do baixo ao dos teclados, sintetizadores e bateria, não deixando de lado as guitarras. Em 2003, editaram Biogenesis Project, um álbum em torno de um enredo de ficção científica, em que a bateria fica a cargo não de uma mulher mas de um homem - Matsuhiro Goto, antigo membro dos Gerard. Das Ars Nova, para final de viagem ficou para ouvir Epilogue.
6. Ars Nova - Epilogue
O Narita regressa na próxima semana com o horário de vôo habitual. Já sabem que podem sempre ir consultando os planos de vôo por aqui; a equipa de bordo fica à espera dos vossos comentários, críticas e sugestões. Nós por cá, e por lá, no Japão, despedimo-nos, esperando que tenham tido uma boa viagem.
1 comentário:
FLOWER TRAVELLIN' BAND "WE ARE HERE"
LiveTour and Future Plan!
"We are here”in Toront Canada December,2008
and other...planning a European tour!
and...In 2009,new album!
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